a MoRtE
A morte (do latim mors), o óbito (do latim obitu)[2], falecimento (falecer+mento)[3] ou passamento (passar+mento)[4], ou ainda desencarne (deixar a carne)[5] são termos que podem referir-se tanto ao término da vida de um organismo como ao estado desse organismo depois do evento. As alegorias comuns da morte são o Anjo da Morte, a cor negra, ou o famoso túnel com luminosidade ao fundo.
A morte é o fenômeno natural que mais se tem discutido tanto em religião, ciência, opiniões diversas. O Homem, desde o princípio dos tempos, tem a caracterizado com misticismo, magia, mistério, segredo. Para os céticos, a morte compreende o cessar da consciência, exatamente quando o cérebro deixa de executar suas funcionalidades
Considerações
Biologicamente, a morte pode ocorrer para o todo o organismo ou apenas para parte dele. É possível para células individuais, ou mesmo órgãos, morrerem e ainda assim o organismo ,continuar a viver. Muitas células individuais vivem por apenas pouco tempo e a maior parte das células de um organismo são continuamente substituídas por novas células.
A substituição de células, através da divisão celular, é definida pelo tamanho dos telômeros e ao fim de um certo número de divisões, cessa. Ao final deste ciclo de renovação celular, não há mais replicação, e o organismo terá de funcionar com cada vez menos células. Isso influenciará o desempenho dos órgãos num processo degenerativo até o ponto em que não haverá mais condições de propagação de sinais químicos para o funcionamento das funções vitais do organismo; o que seria morte natural por velhice.
Também é possível que um animal continue vivo, mas sem sinal de atividade cerebral (morte cerebral); nestas condições, tecidos e órgãos vivem e podem ser usados para transplante. Porém, neste caso, os tecidos sobreviventes precisam ser removidos e transplantados rapidamente ou morrerão também. Em raros casos, algumas células podem sobreviver, como no caso de Henrietta Lacks (um caso em que células cancerígenas foram retiradas do seu corpo por um cientista, continuando a multiplicar-se indefinidamente).
A irreversibilidade é normalmente citada como um atributo da morte. Cientificamente, é impossível trazer de novo à vida um organismo morto. Se um organismo vive, é porque ainda não morreu anteriormente, embora exista um grupo de animais invertebrados, os Rotifera, que possuem uma capacidade denominada criptobiose, que consiste no "cessar" metabólico quando as condições ambientais não estão favoráveis e se manter assim por meses ou anos até as condições se reestabelecerem. Se considerarmos morte essa parada metabólica, esses animais morrem e depois revivem. Muitas pessoas não acreditam que a morte física é sempre e necessariamente irreversível, enquanto outras acreditam em ressuscitação do espírito ou do corpo e outras ainda, têm esperança que futuros avanços científicos e tecnológicos possam trazê-las de volta à vida, utilizando técnicas ainda embrionárias, tais como a criogenia ou outros meios de ressuscitação ainda por descobrir.
Alguns biólogos acreditam que a função da morte é primariamente permitir a evolução.
Historicamente, tentativas de definir o momento exato da morte foram problemáticas. A identificação do momento exato da morte é importante, entre outros casos, no transplante de órgãos, porque tais órgãos precisam de ser transplantados (cirurgicamente) o mais rápido possível.
Morte foi anteriormente definida como parada cardíaca e respiratória mas, com o desenvolvimento da ressuscitação cardiopulmonar e da desfibrilação, surgia um dilema: ou a definição de morte estava errada, ou técnicas que realmente ressuscitavam uma pessoa foram descobertas (em vários casos, respiração e pulso cardíaco podem ser restabelecidos). A primeira explicação foi aceita, e atualmente, a definição médica de morte é conhecida como morte clínica, morte cerebral ou parada cardíaca irreversível. A morte cerebral é definida pela cessão de atividade eléctrica no cérebro. Porém, aqueles que mantêm que apenas o neo-córtex do cérebro é necessário para a consciência argumentam que só a atividade eléctrica do neo-córtex deve ser considerada para definir a morte. Na maioria das vezes, é usada uma definição mais conservadora de morte: a interrupção da atividade elétrica no cérebro como um todo, e não apenas no neo-córtex, é adoptada, como, por exemplo, na "Definição Uniforme de Morte" nos Estados Unidos.
Até nesses casos, a definição de morte pode ser difícil. EEGs podem detectar pequenos impulsos elétricos onde nenhum existe, enquanto houve casos onde atividade cerebral em um dado cérebro mostrou-se baixa demais para que EEGs os detectassem. Por causa disso, vários hospitais possuem elaborados protocolos determinando morte envolvendo EEGs em intervalos separados.
A história médica contem muitas referências a pessoas que foram declaradas mortas por médicos, e durante os procedimentos para embalsamento eram encontradas vivas. Histórias de pessoas enterradas vivas (e assumindo que não foram embalsamadas) levaram um inventor no começo do século XX a desenhar um sistema de alarme que poderia ser ativado dentro do caixão.
Por causa das dificuldades na definição de morte, na maioria dos protocolos de emergência, mais de uma confirmação de morte (de médicos diferentes) é necessária. Alguns protocolos de treinamento, por exemplo, afirmam que uma pessoa não deve ser considerada morta a não ser que indicações óbvias que a morte ocorreu existam, como decapitação ou dano extremo ao corpo. Face a qualquer possibilidade de vida, e na ausência de uma ordem de não-ressuscitação, equipes de emergência devem proceder ao transporte o mais imediato possível até ao hospital, para que o paciente possa ser examinado por um médico. Isso leva à situação comum de um paciente ser dado como morto à chegada do hospital.
Pós-morte.
A questão de o que acontece, especialmente com os humanos, durante e após a morte (ou o que acontece "uma vez morto", se pensarmos na morte como um estado permanente) é uma interrogação frequente, latente mesmo, na psique humana. Tais questões vêm de longa data, e a crença numa vida após a morte como a reencarnação ou ida a outros mundos é comum e antiga (veja submundo). Para muitos, a crença e informações sobre a vida após a morte são uma consolação ou uma cobarvia em relação à morte de um ser amado ou à prospecção da sua própria morte. Por outro lado, medo do Inferno ou de outras consequências negativas podem tornar a morte algo mais temido. A contemplação humana da morte é uma motivação importante para o desenvolvimento de sistemas de crenças e religiões organizadas. Por essa razão, palavra passamento quando dita por um espírita, significa a morte do corpo. A passagem da vida corpórea para a vida espiritual.
Apesar desse ser conceito comum a muitas crenças, ela normalmente segue padrões diferentes de definição de acordo com cada filosofia. Várias religiões creem que após a morte o ser vivo ficaria junto do seu criador (Deus).
Muitos antropólogos sentem que os enterros fúnebres atribuídos ao Homem de NeanderthalHomo neanderthalensis, onde corpos ornamentados estão em covas cuidadosamente escavadas, decoradas com flores e outros motivos simbólicos, é evidência de antiga crença na vida após a morte.
Do ponto de vista científico, não se pode confirmar nem rejeitar a idéia de uma vida após a morte. Embora grande parte da comunidade científica sustente que isso não é um assunto que caiba à ciência resolver, muitos cientistas tentaram entrar nesse campo estudando as chamadas "experiências de quase-morte", e o conceito de "vida" se associa ao de "consciência". São consideradas duas hipóteses:
• A consciência existe unicamente como resultado de correlações da matéria. Se esta hipótese for verdadeira, a vida cessa de existir no momento da morte.
• A consciência não tem origem física, apenas usa o corpo como instrumento para se expressar. Se esta hipótese for verdadeira, certamente há uma existência de consciência após a morte e provavelmente antes da morte, também, o que induziria às tentativas de validação da reencarnação.
Até quando (e se) a ciência conseguir demonstrar alguma dessas hipóteses, esse assunto continuará a ser uma questão de fé para a grande maioria das pessoas.
A morte como uma entidade sensível é um conceito que existe em muitas sociedades desde o início da história. A morte também é representada por uma figura mitológica em várias culturas. Na iconografia ocidental ela é usualmente representada como uma figura esquelética vestida de manta negra com capuz e portando uma foice/gadanha. É representada nas cartas do Tarot e frequentemente ilustrada na literatura e nas artes. A associação da imagem com o ceifador está relacionada ao trigo, que na Bíblia simboliza a vida. Em inglês, é geralmente dado à morte o nome de "Grim Reaper". Também é dado o nome de Anjo da Morte (em hebraico: מַלְאַךְ הַמָּוֶת Malach HaMavet), decorrente da Bíblia.
A morte também é uma figura mitológica que tem existido na mitologia e na cultura popular desde o surgimento dos contadores de histórias. Na mitologia grega, Tânato seria a divindade que personificava a morte, e Hades, o deus do mundo da morte.
Em alguns casos, essa personificação da morte é realmente capaz de causar a morte da vítima,[6] gerando histórias de que ela pode ser subornada, enganada, ou iludida, a fim de manter uma vida. Outras crenças consideram que o espectro da morte é apenas um psicopompo e serve para cortar os laços antigos entre a alma e o corpo e para orientar o falecido ao outro mundo sem ter qualquer controle sobre o fato da morte da vítima.
Morte em muitas línguas é personificada na forma masculina (como no inglês), enquanto em outros ela é percebida como uma personagem feminina (por exemplo, em línguas eslavas e latinas). A série supernatural apresentou uma visão nova da morte onde um dos cavaleiros do apocalipse e a morte na condição humana, discutem com o personagem principal sobre sua origem, ao qual ele afirma ser mais velho do que Deus, e que acima do que céus e terra, além de ter existido também em outros planetas, tendo levando a vida lá também para o abismo.
Na literatura
A morte de Abel, interpretação do homicídio descrito na Bíblia por Gustave Doré.
Como Oscar Wilde escreveu tão elegantemente: "(...) Morte é o fim da vida, e toda a gente teme isso, só a Morte é temida pela Vida, e as duas reflectem-se em cada uma (...)"
"(...) desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor (...)" (Filipenses 2:12) A visão da Bíblia sobre a Morte.
A morte é considerada através de várias perspectivas na literatura de todo o mundo. Encaramos a morte, lidamos com o falecimento de entes queridos e desconhecidos, discutimos o seu significado religioso, filosófico, social, etc.
Muitos autores usaram-na como via para expressar o que há depois da vida, sob a perspectiva de várias teorias. As três mais divulgadas e preponderantes são:
• A teoria da "Extinção Absoluta" permanente da vida ao ocorrer a morte física, ou teoria Materialista (monista);
• A teoria do "Céu e Inferno" numa vida eterna para além da física e determinada pela conduta na vida física, ou teoria Teológica
• A teoria da reencarnação através de renascimentos sucessivos em corpos físicos e com diferentes experiências de vida para alcançar a expansão de consciência e perfeição espiritual, ou teoria do Renascimento (dualista).
Na ciência
A morte, no ramo das ciências, é estudada pela tanatologia. Nesse sentido são estudados causas, circunstâncias, fenômenos e repercussões jurídico-sociais, sendo amplamente utilizados na medicina legal. No Brasil o diagnóstico da morte é regido pela resolução 1.480/97 do Conselho Federal de Medicina. A morte também é estudada em outros ramos da ciência, notadamente os relacionados a tratar doenças e traumatismos evitando que elas ocorram. No mesmo sentido uma das estatísticas mundialmente utilizadas para ações governamentais de prevenção são as taxas de mortalidade. Alguns estudos da ciência abordam as experiências de quase morte no sentido de entender os fenômenos correlacionados na quase morte.
A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos geralmente para cada mil habitantes em uma dada região em um período de tempo.
A taxa de mortalidade pode ser tida como um forte indicador social, já que quanto piores as condições de vida, maior a taxa de mortalidade e menor a esperança de vida. No entanto, pode ser fortemente afetada pela longevidade da população, perdendo a sensibilidade para acompanhamento demográfico.
Outros indicadores de saúde, como a taxa de mortalidade infantil, são mais significativos, pois têm forte correlação com as condições de vida em geral.
Experiencias de quase morte
Um dos ramos da ciência relatados através de vários casos de quase morte estuda os sentimentos declarados de pacientes que recuperaram suas funções vitais depois de uma intervenção médica. São comuns relatos de pessoas que dizem ter visto uma luz, um túnel iluminado e às vezes vendo-se a si mesmo, fora do próprio corpo, durante uma cirurgia. Esses relatos dividem opiniões de especialistas que defendem as causas religiosas no sentido de que a "luz" vivenciada pelos pacientes de quase morte era a luz para o caminho dos céus. A ciência tenta explicar esse fenômeno através de alterações químicas no cérebro, especialmente pela falta de oxigenação em cirurgias graves, fazendo o paciente ter alucinações nesse período de intervenção.
O Dr. Raymond Moody cunhou o termo "experiência de quase-morte" em seu livro escrito em 1975, "Vida após a vida". O livro ganhou atenção do público para o conceito de experiência de quase-morte. Entretanto, relatos dessas experiências sempre ocorreram na história. A obra "República", de Platão, escrita em 360 a.C., contém a lenda de um soldado chamado Er que teve uma experiência semelhante depois de ter sido ferido em combate. Er descreveu sua alma deixando seu corpo e, do céu, viu-a sendo julgada junto com outras almas[7]
A maioria das "experiência de quase-morte" tem as seguintes percepções:
• Sensações de tranquilidade - essas sensações podem incluir paz, aceitação da morte, conforto físico e emocional
• Luz radiante, pura e intensa - é uma luz que muitas vezes preenche o quarto. Em vários casos os pacientes associam-na ao Céu à Deus
• Experiências fora do corpo - a pessoa sente que deixou seu corpo. Ela pode olhar para baixo e ver o corpo, geralmente descrevendo a visão dos médicos trabalhando nele.
• Entrando em outra realidade ou dimensão - dependendo das crenças religiosas da pessoa ela pode se sentir entrando num portal de novas dimensões
• Seres espirituais - a pessoa sente-se encontrando "seres de luz" ou de outras representações de entidades espirituais. Ela pode perceber esses seres como entes queridos que morreram, anjos, santos ou Deus
Culto dos mortos em Portugal
Segundo Leite de Vasconcelos na noite de Todos os Santos, em Barqueiros, era tradição preparar, à meia-noite, uma mesa com castanhas para os mortos da família irem comer; ninguém mais tocava nas castanhas porque se dizia que estavam “babada dos defuntos”. É também costume deixar um lugar vago à mesa para o morto ou deixar a mesa cheia de iguarias toda a noite da consoada para as "alminhas".
Leite de Vasconcelos também considerava o magusto, festa popular em que amigos e famílias se juntam para assar e comer castanhas, como o vestígio de um antigo sacrifício em honra dos mortos.
Nesta noite ninguém cuide
Encontrar-se à mesa a sós!
Porque os nossos q'ridos mortos
Vão sentar-se junto a nós.
Outra manifestação do culto dos mortos são as alminhas e os cruzeiros pequenos monumentos de devoção que se encontram frequentemente na beira dos caminhos.
Segundo a fé cristã, Jesus foi o único a vencer a morte.
O conceito de morte, interessando a áreas tão diversas como as ciências biológicas, jurídicas, sociais e à religião, está longe de ter um consenso quanto ao momento real de sua ocorrência. Observada do ponto de vista biológico, e atentando-se para o corpo como um todo, a morte não é fato único e instantâneo, antes o resultado de uma série de processos, de uma transição gradual.
Levando-se em consideração as diferentes resistências vitais à privação de oxigênio das células, tecidos, órgãos e sistemas que integram o corpo, pode admitir-se que a morte é um verdadeiro "processo incoativo", que passa por diversos estágios.
Cada campo do conhecimento e cada ramo da medicina acabaram por tomar um momento desse processo, adotando-o como critério definidor de morte. A Medicina Legal teve de adotar uma determinada etapa do citado processo como o seu critério de morte e, para tanto, optou pela etapa da morte clínica.
Até não há muito tempo, uma das grandes questões era poder determinar se uma pessoa, realmente estava morta, ou se encontrava em um estado de morte aparente. Tudo isso visando evitar o enterro precipitado, que seria fatal nesta última situação. O fato assumiu tal importância que chegou a influenciar os legisladores, que acabaram por colocar, na legislação adjetiva civil, prazos mínimos para a implementação de certos procedimentos como a necropsia e o sepultamento.
O aparecimento de modernas técnicas de ressuscitação cardiopulmonar e de manutenção artificial de algumas funções vitais, como a respiração - respiradores mecânicos, oxigenadores - e a circulação - bomba de circulação extracorpórea -, mesmo na vigência da perda total e irreversível da atividade encefálica, criou a necessidade de rever os critérios definição de morte.
A atividade neurológica é a única das funções vitais que, até o presente momento, não teve condições, em que pesem os avanços tecnológicos, de ser suplementada nem de ter suas funções mantidas por qualquer meio artificial. Daí que a sua irrecuperabilidade ou a sua extinção possam ser considerados sinônimos da própria extinção da vida.
Mas é a nível neurológico que ocorrem os mais variados e sutis estados intermediários entre a vida e a morte, denominados "estados fronteiriços".
Alguns desses "estados fronteiriços" se encontram mais próximos da morte, como os "comas ultrapassados" (carus ou "coma dépassé"), com desaparecimento da vida de relação e, mesmo com conservação da vida vegetativa, se tornam crônicos ou irreversíveis. Outras formas, por outro lado, encontram-se mais próximas da vida, como os denominados estados de "morte aparente".
A morte aparente pode ser definida como um estado transitório em que as funções vitais "aparentemente" são abolidas, em consequências de uma doença ou entidade mórbida que simula a morte. Nesses casos, que também podem ser provocados por acidentes ou pelo uso abusivo de substâncias depressoras do sistema nervoso central (SNC), a temperatura corporal pode cair sensivelmente e ocorre um rebaixamento das funções cardiorrespiratórias de tal envergadura que oferecem, ao simples exame clínico, a aparência de morte real.
É inconteste que, nesse quadro, a vida continua sem que, contudo, se manifestem sinais externos: os batimentos cardíacos são imperceptíveis, os movimentos respiratórios praticamente não são apreciáveis, ao tempo que inexistem elementos de motricidade e de sensibilidade cutânea.
Assim, a denominada tríade de Thoinot define, clinicamente, o estado de morte aparente:
• imobilidade,
• ausência aparente da respiração e
• ausência de circulação.
A duração desse estado foi um dos elementos que mais aguçaram a curiosidade dos pesquisadores. Historicamente, surgiram opiniões das mais díspares, indo desde alguns minutos até dias de morte aparente.
Sincopal
É a mais frequente das causas, resultando, em geral, de uma perturbação cardiovascular central ou periférica, bem como por perturbação encefálica ou metabólica.
Histérica (letargia e catalepsia)
As crises histéricas ocupam o segundo lugar em frequência na produção de estados de morte aparente. O termo genérico letargia designa todos os estados de sopor de longa duração, acompanhados de perda de movimentos, sensibilidade e consciência, que podem ser confundidos com a morte real.
Asfíctica
É também uma das causas assaz frequentes de morte aparente. Manifesta-se sob duas formas:
1. mecânica: quer com via aérea livre, quer com a via obstruída, e
Tóxica
Compreenda a anestesia e a utilização de morfina ou outros alcalóides do ópio (heroína) em doses tóxicas.
Apoplética
É causada pela congestão (ingurgitação) e hemorragia no território de uma artéria encefálica (em geral, a lentículo-estriatal). É mais frequente em
Traumática
Que ocorre em casos em que se produzem outros efeitos gerais simultâneos, como:
• Elétrica (por eletropressão ou fulguração)
Pode observar-se nos atingidos por descargas de eletricidade comercial e que sobrevivem, quedando em um estado de morte aparente. Pode ser vista também em pessoas afetadas pela indução de descargas de eletricidade natural (queroaurância) - fulguração - em uma área de 30 a 60 m de diâmetro, em torno do ponto da faísca.
• Térmica (termopatias e eriopatias)
A morte aparente, nesses casos, sobrevém quando falham os mecanismos de regulação da temperatura corporal decorrente de um desequilíbrio no nível de combustão intra-orgânica. As termopatias ocorrem nos casos de "golpes de calor" hipertérmicos ou de hiperirexia, com retenção calórica. É uma ocorrência mais frequente no verão ou em regiões com altas temperaturas e elevada taxa de umidade relativa ambiente, em pessoas com patologias preexistentes ou sem elas, idosos e crianças, mais sensíveis ao calor.
• Criopatia
A morte aparente por criopatia ocorre quando há hipotermia global aguda. Observa-se, com frequência, em ébrios que dormem ao relento nos quais a vasodilatação periférica aumenta a perda calórica, facilitando a hiportermia. também nas crianças desabrigadas na época invernal; nos acidentes com queda das vítimas ao mar (pilotos, náufragos); e até por causas iatrogênicas (transfusões de sangue frio). O estado de morte aparente pode instalar-se quando a temperatura central chegue abaixo dos 32 °C.
Causas gerais
A morte aparente pode observar-se em algumas formas terminais de cólera, na eclâmpsia durante o período comatoso, e em alguns casos de epilepsia.
Morte rápida
Denomina-se morte rápida ou súbita aquela que, pela brevidade de instalação do processo - em questão de segundos - não possibilita que seja realizada uma pesquisa profunda e uma observação acurada dos sintomas clínicos, hábil a ensejar um diagnóstico com certeza e segurança, nem poder instituir um tratamento adequado, e muitas vezes, sequer elidir se houve ou não violência.
Morte lenta
Recebe o nome de morte lenta ou agônica aquela que, em geral, vem de maneira esperada, devagar, significando a culminação de um estado mórbido, isto é, de uma doença ou da evolução de um tratamento.
Afora as características e dados que eventualmente aflorem do exame perinecroscópico, alguns dos quais podem apontar para morte rápida - e.g. espasmo cadavérico - outros também podem orientar no sentido de uma morte lenta, demorada, ponto final de uma longa agonia, tal o caso da emaciação, da caquexia, da presença de extensas escaras de apoio, entre outros exemplos
Fonte: Wikipedia